Na condição de profissionais do Direito Digital, acompanhamos diariamente a evolução das tecnologias, muito entusiasmadas com o futuro que está por vir. Assistimos ao nascimento de soluções disruptivas, contribuímos para a estruturação de novas plataformas digitais, acompanhamos o amadurecimento de discussões junto ao Poder Judiciário e ajudamos a sociedade na construção de uma cultura de ética no ambiente digital.

No entanto, também faz parte da nossa rotina o atendimento a vítimas de crimes digitais das mais diversas naturezas. E constatamos que, mesmo diante de tamanha evolução, algo não mudou nesse admirável mundo novo: a violência de gênero contra a mulher.

São centenas de casos que chegam ao nosso conhecimento envolvendo mulheres, de diferentes idades e perfis, vitimadas por condutas lesivas praticadas por meio da Internet. Fotos íntimas publicadas por ex-parceiro após o término do relacionamento, perseguição virtual obsessiva por desconhecido nas redes sociais, relacionamento afetivo em aplicativo de namoro que culmina em extorsão por aquele que se utilizava de perfil fake, montagem de vídeo falso de ato sexual que nunca existiu, invasão de aplicativos de troca de mensagens instantâneas para descoberta de traições inexistentes, etc.

Foi diante desse cenário que idealizamos a campanha “Segurança e Combate à Violência Contra Mulheres nos Meios Digitais”, com o objetivo de compartilhar o nosso conhecimento e experiência para alertar, conscientizar e orientar outras mulheres a respeito de seus direitos, bem como estimular a reflexão sobre a necessidade da presença feminina no desenvolvimento de novas tecnologias.

O resultado foi a produção de 13 artigos temáticos – assinados pelas nossas sócias, coordenadoras, associadas e estagiárias -, que deram origem a um e-book de caráter informativo para as vítimas e reflexivo sobre nosso papel social no enfrentamento à violência de gênero.

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