ACESSIBILIDADE DIGITAL | “A acessibilidade digital não ganhou valor no mercado, assim como a acessibilidade em geral ainda não ganhou a atenção da sociedade. Pensar em acessibilidade tem de ser objetivo de todos”. Foi dessa forma que o advogado Cid Torquato, CEO do ICOM-Libras, abriu nosso Café da Manhã Digital deste mês, que teve como tema “Acessibilidade Digital e Tecnologias Assistivas”.
Tetraplégico após um acidente em 2007, Cid ressaltou que cerca de 10% da população do país possui algum tipo de deficiência, o que reforça a necessidade de pensar e colocar em prática as chamadas tecnologias assistivas, que representam um braço da acessibilidade digital. “É tudo o que facilita a vida de pessoas com deficiência”, definiu.
No ambiente digital, os exemplos de acessibilidade são inúmeros, como audiodescrição, fonte ampliada e contraste, descrição de imagens (fotos e vídeos), leitores de tela, softwares e plugins, além de legendas e outros mecanismos que permitem à pessoa com deficiência maior independência também no virtual.
Cid explicou que, no âmbito jurídico, a acessibilidade é destaque em algumas legislações, que incluem, além da Constituição Federal, o Marco Civil da Internet e a Lei Brasileira de Inclusão, que, segundo ele, é pouco conhecida dos brasileiros. “Com a tecnologia assistiva correta, as pessoas com deficiência podem voar e conquistar seus lugares na sociedade”, disse.
Por fim, o advogado afirmou que a “acessibilidade é fundamental para a estruturação de sociedades sustentáveis”. Cid chamou a atenção para o fato de a acessibilidade não ser necessidade apenas de pessoas com deficiência. “Hoje, um bilhão de pessoas precisam de um ou mais produto de tecnologia assistiva”. Em 2030, esse número dobrará.